Cinco Solos: a arquitetura do gesto e do silêncio
Cinco Solos nasce como uma série de 28 folhas em feltro sintético recortado a laser, produzidas por Adalgisa Campos em 2022 durante sua residência na La Chambre Blanche, no Canadá. Cada página funciona como um “solo” autônomo, mas que, ao se reunir às demais, evoca paisagem, corpo e estrutura. A obra expande, em forma e conceito, investigações já presentes em outros projetos da artista, aprofundando a relação entre desenho, repetição, espacialidade e gesto.
Entre o animal e o símbolo: a pintura como ecologia do sensível em Artur Rios
Em um mundo cada vez mais dissociado da natureza, onde o corpo é muitas vezes percebido como máquina e a arte, como mercado, a obra de Artur Rios se coloca como um convite ao reencontro com o instintivo, o selvagem e o simbólico. Nascido na Bahia, formado em Artes Plásticas pela UFBA e com especialização em Arteterapia, Rios construiu uma trajetória que entrelaça técnica e pulsão, fantasia e crítica, em uma pintura que evoca não apenas imagens, mas atmosferas.
Marcenaria Olinda: a madeira como gesto, tempo e território
Para Fernando Ancil, a madeira não é apenas um material a ser manipulado, mas uma linguagem a ser escutada. Suas veias, fissuras e cheiros são registros de um tempo não-linear, de uma história que sobrevive à obsolescência industrial. Ao optar exclusivamente por madeiras reaproveitadas, a Marcenaria Olinda estabelece um pacto ético com a matéria: cada móvel, escultura ou instalação carrega em si não apenas um propósito funcional, mas também uma narrativa. É a memória do material, reativada pelo gesto, que define a poética do projeto.
Retratos em foco: o renascimento do humano nas artes visuais
Vivemos uma era marcada pela velocidade e pela superexposição. Imagens são produzidas em uma escala vertiginosa, captadas, editadas e descartadas com a mesma rapidez com que deslizamos os dedos por uma tela.
A pintura como afirmação de si: a poética de Marcio Marianno
Na produção de Marcio Marianno, a pintura se apresenta não apenas como meio expressivo, mas como campo de afirmação existencial e elaboração de memória. Nascido em São Paulo, em 1978, o artista vive e trabalha no centro da cidade, onde mantém seu ateliê e desenvolve uma prática que transita entre a tradição técnica da pintura a óleo e a construção de narrativas visuais profundamente subjetivas. Também atua como educador, ministrando aulas de pintura tanto em seu ateliê quanto em unidades do Sesc, reafirmando seu compromisso com a partilha do conhecimento artístico como prática coletiva e política.